sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Violência menor


Curta vida. Curta temporada que nem lhe deu chance de amadurecer. Não é vítima da violência. É a própria violência encarnada. Era odiado, evitado, rejeitado. Nem deram- lhe a       chance de falar do que gostava o que queria. Se é que gostava de alguma coisa ou queria alguma coisa.
Apenas se defendia e sobrevivia. Filho de um ignoto passador inconseqüente de espermas e de uma criança que muito cedo aprendeu se vender. Criança que não o queria. Criança que odiou saber que outro coração batia em compasso com o seu. Fruto do sexo não do amor! Foi obstinado, teimoso desde então. Resistiu aos ataques contra sua vidinha uterina e viveu! Veio fraquinho não teve colostro. Não teve nome, vacina, escola ou religião...
Chorou, engatinhou e perambulou pelo mundo. Aprendeu a se defender. A melhor defesa era o ataque. Queria, tomava.
Ficou conhecido. Valente não por coragem, mas por desconhecer regras fundamentais que levam ao perigo.
A vida roda viva de prazeres precoces, de fugas enganosas de vícios de gente grande.
Ultrapassou limites! Chocou com a crueldade. É culpado. O veredicto é dado, sem chance de defesa.
Jaz, agora, sua curta vida interrompida pela violência que o gerou. Fera acuada, fera abatida.
Culpado?                                                                                                                           
 Vó Lucilia

Nenhum comentário:

Postar um comentário